terça-feira, 19 de abril de 2011

"Em cada coisa que a mão livre do negro encostar, novas coisas vão nascer. Não vamos viver só das coisas já nascidas, das coisas que Deus deu. Vamos fazer o mundo mais de nosso jeito. Eu me chamo Zumbi e vim lá de Luanda.
- Eu me chamo Zumbi. E vim lá de Campina.
- Eu me chamo Zumbi. E vim lá do Kaonge.
- Mas não importa. Eu podia me chamar Pina.
- Ou Anderson.
- Ou Marinalva.
- Zumbi somos todos nós."
( trecho do texto Kaonge conta Zumbi).


Nossa proposta é que no decorrer do espetáculo ocorram intervenções musicais e para isso recorremos às aptidões rítmicas trazidas por alguns dos componentes do nosso grupo, a idéia é termos um trabalho que agrega as potencialidades de cada um extrapolando os limites da cena.





Leitura da primeira metade do texto Kaonge conta Zumbi, a dramaturgia está sendo feita por Ronaldo Serruya ( em colaboração com os artistas orientadores Ana Paula Bouzas, Thiago Romero e Fábio de SouSa) que tem como ponto de partida o texto Arena conta Zumbi e o material colhido entre os participantes do projeto através de relatos e cenas em que falam de suas experiências pessoais ou improvisam à partir de um tema proposto.


Reunidos em nossa base em Cachoeira analisamos, discutimos e planejamos o próximo encontro, que já se caracteriza como ensaio com uma rotina de repetição do material levantado e investigação das novas propostas, seguimos em frente na elaboração do roteiro do espetáculo.

Continuamos nossas investigações para conhecer melhor a história dessa comunidade e para isso contamos com a importante participação de Dona Vardé, como é conhecida por todos, que como uma verdadeira Griô nos conta as histórias do lugar e de sua mocidade o que revela um pouco a maneira de ser e de pensar das pessoas que construíram a comunidade onde hoje atuamos.

O Kaonge segue seu ritmo propondo que nós acostumados ao ritmo dos grandes centros, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador busquemos soluções criativas para equalizar nossas expectativas e encontrar uma harmonia na construção do trabalho em parceria com os participantes que se aventuram nessa jornada completamente nova para eles que é montar um espetáculo.